Em terras de sua
majestade, durante o século 17, deu-se origem a gorjeta. A palavra “Tip” é a sigla para a expressão em
inglês “to insure promptitude”, que
significa: para garantir prontidão. É verdade que tudo depende da satisfação do
cliente, quando da prestação de um serviço. Também é verdade que deveria partir
de uma regra básica; Se o serviço não agradou, não se tem razão para qualquer
tipo de gratificação. Quando acontece ao contrário, é ou deveria ser prática
corrente respeitar a cultura local quanto a dar ou não uma gorjeta.
Quanto as gorjetas na
restauração, na realidade verificamos que a prática de demonstrar a nossa
satisfação ou insatisfação quanto a um serviço recebido, em muitos locais até
já deixou de ser optativo, pois vem inserido na conta para pagamento.
É bem verdade que a
prática ou atitude de dar gorjetas, apresenta algumas dúvidas. Segundo Kerry
Segrave em “Tipping: Na American Social
History of Gratuities”, esta prática se teria iniciado durante a Idade
Média. Quando se visitava uma pessoa, na saída se deixava uma quantia em
dinheiro para fazer face ou compensar o tempo e esforço gasto pelo anfitrião.
Em alguns países,
principalmente no Brasil e nos Estados Unidos da América, temos o conceito de
que o salário de um empregado da restauração é formado por um valor fixo + a
gratificação ou gorjeta deixada pelos clientes.
Um ato de grosseria, é considerado o fato de
não se dar gorjeta a um garçom ou bartenders,
em determinados países como na França, Inglaterra ou Estados Unidos da América.
Segundo ele, independente do país, o turista
nunca deve pedir troco quando ele não for dado espontaneamente e também
garantir que está levando notas de baixos valores, além de moedas.
Agora imagine-se
quando estiver de saída de um restaurante no Japão e for abordado pelo garçom
para devolver aquela importância que deixaste na mesa como gorjeta! Isto porque
no Japão não existe esta cultura e os funcionários não esperam por qualquer
tipo de gratificação pelos serviços prestados. Bom…é uma prática ou cultura que
nas principais cidades já começa aos poucos a ser alterada. Vamos ver!
Gorjetas. Muito, pouco ou nada?
Ao chegar em um país
desconhecido, encontramos hábitos e cultura diferentes dos nossos, neste
momento, entre tantas situações, ficamos em dúvida se devemos ou não deixar
gorjeta num café, bar ou restaurante. E tudo se complica quando precisamos ter
a noção de quanto devemos, podemos ou queremos deixar de gorjeta.
“Há uma expectativa e uma ansiedade
sempre que se pede a conta. São os dois lados de uma equação que tem ao centro
a famosa gorjeta. Dar ou não dar? E quanto? Viagem à volta do mundo do dinheiro
que fica na mesa”, Carolina
Reis, jornalista do Jornal Expresso.
A Jornalista Carolina
Rei, na edição do Jornal Expresso de 3 de Janeiro de 2016, conta uma história
bastante interessante: O embaixador de Portugal nas Nações Unidas, Francisco
Seixas da Costa, organizou um jantar num restaurante de Nova Iorque. No final,
chegou-se a conclusão de que a comida foi boa, o atendimento impecável, o que
deixou a todo o grupo bastante satisfeito, o que levou a deixarem uma gorjeta
para os funcionários do restaurante, que segundo qualquer português,
consideraria uma “gratificação razoável”. Ao saírem, aconteceu que alguns
empregados foram em direção ao embaixador e perguntaram de teria havido algum
problema, pois consideraram um insulto o valor da gorjeta deixada. Se em
Portugal, o cliente dá quando quer e quanto quer, em determinados países não é
bem assim que funcionam as regras das gorjetas. Nos Estados Unidos da América,
na conta já vem um espaço físico onde se deve colocar o valor da gorjeta a ser
deixada, de acordo com os valores praticados no local.
No Brasil, a gorjeta já tem um carater oficial, pois quando
pedimos, a conta já vem com 10% de serviço incluídos ou pode chegar escrita a
mão na conta ou num pedaço de papel. Notar que mesmo assim, pela lei, o cliente
não é obrigado a deixar a gorjeta.
Embora já tenhamos
exceções, tanto no Japão quanto na China, a gorjeta não é uma prática normal,
pois eles consideram e se orgulham de oferecer serviços de alta qualidade ao
turista. Excecionalmente em determinadas lojas
e para os guias turísticos, podemos afirmar que fogem um pouco a regra e
aceitam alguma gorjeta, muito embora não fiquem tristes se não as receberem. Em
determinadas regiões da China, deixar gorjeta é até certo ponto ofensivo e
poderão inclusive ir ao encontro do cliente para devolver o valor deixado a
mais.
Podemos ainda citar
algumas práticas de gorjetas publicadas no jornal inglês “The Mirror”:
Turquia: os restaurantes mais simples incluem de 5 a
10% nas contas e, os de luxo somam entre 10 e 15% no valor consumido.
Austrália
e Nova Zelândia: por
lá, os trabalhadores são muito bem remunerados por isso dar gorjeta não é
uma prática vista com bons olhos. Mas, se receber um atendimento excelente,
tente pagar 10% extras e provavelmente verá o garçom ficar desconfortável em
pegar o dinheiro.
Áustria: o serviço normalmente vem incluído na
conta e custa 10% do valor consumido. Uma dica boa pode ser sempre aproximar os
preços: por exemplo, se a conta dá €5,50, pague €6.
Croácia: dar gorjeta é apreciado, mas não é uma regra,
nem os trabalhadores esperam por ela. Por isso, ofereça o troco como dinheiro
extra e, nos restaurantes, 10% é o ideal.
Grécia: a gorjeta é opcional e normalmente eles não
esperam recebê-la. Sendo assim, em bares, táxis e hotéis, é uma decisão de cada
turista dar ou não uma pequena quantidade extra de moedas. Nos restaurantes, o
serviço vai junto com a conta, mas é educado dar um pouco mais.
Itália: os restaurantes incluem 10% na conta, mas
bares, taxistas e porteiros de hotéis não as pedem, mas sempre aguardam por uns
euros extras.
Espanha: nos restaurantes, além do serviço, incluir 5
ou 10% em dinheiro é sempre esperado. Em bares, deve-se dar €0,20 de euros por
drinque consumido.
África
do Sul: é quase obrigatório
dar gorjeta neste país, visto que é uma demonstração de gratidão pelo
serviço prestado, no entanto a quantidade de dinheiro extra não é importante.
Egito: as gorjetas são muito apreciadas e as pessoas
preferem ganhar em dólares do que na moeda local. Mesmo depois de dar 10% como
extra, o turista pode ainda ouvir reclamações, mas não se sinta pressionado a
dar mais, porque este é um costume local.
Índia: a gorjeta é culturalmente importante por lá,
já que os ricos costumam ser generosos com os menos favorecidos. Não esqueça de
dar dinheiro extra para porteiros, empregados do hotel e taxistas.
Singapura: eles desencorajam dar gorjetas em hotéis,
atrações turísticas e até em restaurantes, isso porque muitos moradores locais
não dispõem de dinheiro extra, mas turistas normalmente têm mais verba, por
isso, em algumas ocasiões, pode-se dar 10% nos restaurantes.
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